23 abril 2012

Do fim de semana


Eu sempre soube, desde que conheci o meu namorado, que com ele iria viver imensas aventuras e de facto vivi, muitas, mas nunca pensei que fosse viver uma assim, como a deste fim-de-semana.
Pela primeira vez na minha vida, senti na pele, o que é estar dentro de um filme de "terror". Tirando a parte de termos um psicopata atrás de nós com um machado, de resto foi praticamente tudo igual. 
Tudo começou com um simples passeio até São Pedro de Sintra, Sábado, dia bonito e agradável para se passear. Lá conseguimos ir até ao Miradouro, mas por infelicidade do destino, as entradas e saídas para voltar estavam todas cortadas pois estava a decorrer uma prova de atletismo. Espertos como só nós, decidimos ir por um "atalho", sem sabermos por onde íamos.. partimos à aventura. Por pequenos trilhos, sem qualquer preocupação visto que estávamos com a carrinha, uma espécie de jipe (na nossa perspectiva), o que nos rimos e sentimos bem em tralharmos caminho desconhecido. Há medida que íamos avançando, ia perguntando.."por aqui dá?"..e acabava sempre por dar. Até que, depois de passarmos por uma série de caminhos e caminhos, não havia meio de chegarmos nem perto duma estrada alcatroada ou sequer que representasse uma saída. Estávamos oficialmente perdidos na Serra de Sintra. Até aqui tudo muito bem, ainda nos riamos que nem uns tontos, nunca pensando que não iríamos conseguir sair dali. Chegámos a um ponto em que tínhamos que optar: esquerda ou direita? Optámos pela direita, o porquê não sei mas se o não tivesse sido, viríamos a saber depois que a esquerda teria sido a opção mais sensata !
Descemos e descemos e descemos, caminhos que não lembra a ninguém andar por ali! Nas profundezas da Serra, passámos um lago, tivemos que parar várias vezes para tirarmos uns troncos que alguém pusera a impedir passagem na estrada. Íamos andando já só na esperança de encontrarmos uma saída, visto que estávamos a descer! Até que..o caminho tornou-se tão mau, tão cheio de buracos e lama e raízes, que começámos a pensar que estávamos tramados caso tivéssemos que voltar para trás, visto que até ali tinha sido praticamente sempre a descer..a subir não sabíamos se a carrinha conseguiria aguentar.
Chegámos ao limite. Um beco sem saída. Aí desesperámos. Até que vimos um portão, para o outro lado avistamos mais mata mas uma pequena estada que nos parecia ser uma possível saída. Saio do carro, abro o portão ferrugento, vejo uma jaula com imensos cães (entre eles algumas raças consideradas perigosas), volto a correr para o carro e entramos por ali a dentro. Passados uns metros apercebemos-nos de que não se tratava de uma saída mas sim de uma casa! Entrámos em pânico, fui a correr bater ás portas a chamar  por alguém que nos pudesse ajudar a sair dali, a casa estava toda fechada, madeiras nas janelas. Portas ferrugentas, só posso concluir que seja casa de férias. O porquê dos cães ali é que não consegui compreender, mas assustou-me e deixou-me muita pena ao mesmo tempo! O portão frontal da casa estava trancado, não havia maneira de o abrirmos (por ali era a única saída). Voltámos para trás. Não conseguíamos subir com a carrinha pelo trilho que tínhamos feito antes a descer. Começámos seriamente a pensar que iríamos passar a noite na Serra de Sintra! Até podíamos ir a pé, mas e o carro? Ligávamos aos bombeiros, mas como saberiam eles onde estávamos? Que pontos de referência tínhamos? E mesmo assim, como conseguiriam inclusive os bombeiros, tirar de lá o carro? :( Foi um momento assustador..
Até que avisto um trilho mais pequeno pela direita e decido ir por lá a pé ver até onde ia dar, para saber se poderíamos sair por ali de carro, não ganhei para o susto, sai-me de lá um homem, do meio do mato (aí pensei mesmo em serial-killer com machado!). O homem rapidamente me acalmou, dizendo que estava a acampar. Olhei para ele e vi que estava vestido dessa forma realmente, parecia um tropa talvez.
Prontificou-se a ajudar-nos. Nem queríamos acreditar que estava ali alguém para nos ajudar!!! O Teixeira..foi Deus na Terra! 
Depois de nos perguntar incrédulo umas quantas vezes "mas vocês desceram mesmo isto com a carrinha?", lá ajudou-o a ver a melhor forma de subirmos. Patinámos imenso, o Teixeira empurrou a carrinha com uma força abismal. Conseguimos subir!!!!! O trilho mais difícil era aquele, superámos!!! Abraçámos o Teixeira, rimo-nos, incrédulos daquela situação. Até que chegámos ao caminho em que antes decidimos seguir pela direita, desta fomos pela esquerda e rapidamente chegámos à civilização e que alivio que sentimos! Rimo-nos de alegria de vermos uma estrada alcatroada e casas!! Estávamos sujos, estafados e alegres por termos conseguido sair dali antes de ser de noite!
Uma história que nunca pensei viver, contado desta forma parece surreal e nem parece assim tão assustadora, mas acreditem que na situação, o pânico facilmente se instala na nossa mente. Pensarmos que estamos sozinhos no meio do nada, ninguém saber de nós para nos ajudar, não é propriamente uma aventura muito agradável, mas com final feliz é uma história a ser contada! 
Em comparação à loucura do dia, a noite foi passada numa reunião de Condomínio!! Senti-me tão confortável, tranquila e segura naquela reunião como nunca antes!!!

Uff........



8 comentários:

  1. Bem, que grande aventura essa. Já diz o ditado: Quem se mete por atalhos, mete-se em trabalhos. E está visto que é verdade. :)

    Mas ainda bem que tudo se resolveu!
    Beijinho*

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  2. É mesmo Sofia! Nunca esse ditado fez tanto sentido! Foi um alívio no fim nem imaginas!

    Beijoca :)

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  3. Epah isso é q foi um fds em grande hã =b
    Pa próxima chama-me, gosto dessas coisas =D
    **

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  4. Tb já tive dessas aventuras! eheheh ainda bem q acabou tudo bem!

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  5. lolol...boa historia para mais tarde recordar e contar aos netos

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  6. Que pena não ter sido pela noite dentro :p

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  7. A serra de sintra à noite... tem os seus mistérios! sons... luzes.. animais ávidos de sangue! Devias ter visto! :P
    Tens que me dizer esse caminho.. eu adoro ir por caminhos dificeis.. mas a pé.. que a minha carrinha não é 4*4 :)

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