18 setembro 2012

A ver as notícias..


Eu podia falar da crise como tantos falam. Podia falar que fui ou deixei de ir à manifestação de Sábado passado. Que isto está mau, podia mas não o faço porque a minha revolta interior com a situação actual do País é manifestada em forma de mais trabalho e trabalho e trabalho, porque é isso que precisamos de fazer para chegarmos a algum lado. A minha realidade é que sou uma trabalhadora a recibos verdes, já faço os meus descontos, já saio prejudicada em comparação com outros trabalhadores a contrato e com estas medidas xpto, saio ainda mais pois claro. Sim porque eu não tenho patrão, logo supostamente sou eu a minha própria empresa. Então nesse sentido lógico da coisa, não tinha eu que ter os mesmos beníficios que uma empresa que sou? Mas não, estou naquela categoria fofinha que nos tratam de "lixo". O resto da sociedade que tem que trabalhar e calar porque ninguém nos defende, somos nós por nossa conta. Não tenho patrão para me defender, não tenho sindicatos para me apoiar, tenho-me a mim e ao meu corpinho para trabalhar até mesmo quando estou doente porque nem nisso me posso dar ao luxo de ficar. Agora, se me queixo? Nada. Não me queixo absolutamente nada, porque vejo as coisas duma perspectiva simples e clara. Se é assim a única forma de trabalhar, é assim que terá que ser. Se algum dia me faltar comida no prato, terei que seguir para outro lado, mas nunca me irei vitimizar por algo que é linear e essencial a todos. Isto está mau? Está péssimo! E agora que entrei num dos sectores de mercado que mais em crise estão, tenho plena noção disso. Temos que lutar pelos nossos direitos? CLARO, mas para quê estarmo-nos constantemente a vitimizar e lamentar? Isso não nos vai levar a lado nenhum...apenas nos vais deitar ainda mais abaixo e generalizar um pensamento tão carregado de negativismo que mesmo quando as mudanças positivas estiverem à nossa frente, nós não as vamos ver, porque estamos cegos de lamúrias.

E é por isto que só vejo as notícias quando são apenas relatos de novos acontecimentos da actualidade, deixo de ver quando passam a ser puras lavagens cerebrais.

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